Quinta-feira, 26 de Agosto de 2010 10:40
Prezados Senhores
Os moradores da região central lutam pela preservação da última área verde de São Paulo e reivindicam que na área de 24 mil m² seja criado um Parque Público, um Espaço de Integração do Homem com a Natureza, podendo a população desfrutar deste oásis de paz e tranqüilidade em meio à selva de concreto que é a cidade. A área está situada entre as Ruas Caio Prado e Marques de Paranaguá, repleta de árvores centenárias e variedades de pássaros, que precisam ser preservados.
Essa luta vem acontecendo há mais de 5 anos e o Movimento SOS PARQUE AUGUSTA, apartidário, já realizou diversos eventos ao longo desses anos: O “Abraço no Parque”; o evento “Salvando o Verde para as Futuras Gerações”; O “Passeio em Defesa do Verde” até a sede da Prefeitura, várias idas às diversas audiências públicas que trataram do assunto, tanto na Câmara Municipal quanto na Secretaria do Meio Ambiente.
Com este movimento, o Comitê Aliados do Parque, tendo o apoio integral da população que mora na região e de Associações de Moradores, já conseguiu impedir a construção de um hipermercado, a construção de quatro torres de apartamentos e a construção de um museu da música, que nada mais era que um shopping disfarçado com uma colossal estrutura de concreto.
O Movimento conta também com o apoio das Escolas Caetano de Campos e Marina Cintra, que têm desenvolvido com os alunos, sempre presentes aos eventos, um excelente trabalho educativo sobre o exercício da cidadania e a preservação do meio ambiente.
Conseguimos que fosse proposto o Projeto de Lei 345/06 que cria o Parque Municipal Augusta e que já passou por todos os trâmites na Câmara Municipal de São Paulo, mas ainda não foi votado. No entanto já havíamos conquistado a inclusão do Parque Municipal Augusta no Plano Diretor da Cidade para 2016.
Com toda essa batalha e conquistas ao longo de tantos anos, com o respaldo de mais de 15 mil assinaturas a favor da criação do Parque, causou-nos decepção, perplexidade e preocupação as últimas notícias recebidas sobre o nosso futuro Parque, que a Prefeitura, com o aval da Secretaria do Meio Ambiente decretou em maio a construção de uma EMEI na área, com a poda de 26 árvores para tal obra, acabando com o que o espaço tem de mais valioso, que é a tranqüilidade e a possibilidade de uma área vazia, de respiro, apenas com árvores e canto de pássaros, em meio ao turbilhão da cidade grande. Nunca nos passou pela cabeça que o inimigo maior pudesse estar dentro da própria Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, justamente o órgão responsável pela preservação ambiental. Principalmente pelo fato de que esta medida vai contra a RESOLUÇÃO 23/04 – CONPRESP/SMCA, que determina o tombamento, entre outros elementos, do conjunto de espécies arbóreas do Parque. (Artigo 1º da resolução – item 1).
Existem na região diversas construções abandonadas e invadidas, que estão ocasionando um aumento na onda de assaltos no entorno, inclusive com violência aos moradores, que poderiam servir para esta finalidade. Há até mesmo uma creche montada e desativada que, segundo consta, pertence ao INSS.
Ainda estamos confusos e sem saber que medidas tomar. Acreditamos que o respeito às leis seja para todos, inclusive para os órgãos públicos e que, como cidadãos, possamos novamente agir e impedir esta barbaridade que está na iminência de acontecer, este exemplo de “deseducação” às novas gerações, indo contra o movimento mundial de luta a favor do verde e pela preservação do meio ambiente.
Dia18/08, às 18:30 h, tivemos uma reunião na Câmara Municipal com vereadores e com o Secretário Municipal do Verde e do Meio Ambiente, Sr Eduardo Jorge, para tentar reverter esta ameaça. Parece que em vão.
Mais do que nunca precisamos do apoio de todos nessa empreitada para divulgar tais decisões insensatas tomadas sem a participação dos moradores da região e que vão contra os anseios e o bem–estar da população, que é o direito ao verde e à qualidade de vida, previstos na nossa Constituição.
Grato desde já pelo apoio.
Aliados do Parque
